sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Replica: Um Safari Chinês

Um Safari Chinês –  livro de jornalismo de investigação  à intervenção chinesa no continente africano.
África apresenta-se aberta ao capitalismo chinês, particularmente nos países estratégicos e potenciais em recursos naturais.
Interessa-me mais o título original, - “ La Chinafrique. Pékim à la conquête du continent noir”, embora o título em português soa  mais a ironia, talvez o sensasionalismo comercial.
No fundo é uma obra interessante para avaliar a forma como o capital é igual em toda parte, sendo o único interesse o lucro. Um Safari chines, - diz muito mais dos investigadores jornalistas, suas jornadas de trabalho e muito pouco do capitalismo chinês em África, baseado na solidariedade e beneficio mútuo.
12 países africanos foram alvo de investigação apontada e fotografada, num trajecto que durou dois anos.
Sem dúvidas que à intervenção chinesa em África, com todas as suas nuances, é encarada com bastante preocupação pela impresa ocidental e os centros de decisão política e económica. Um Safari chinês, oferece-nos uma imagem mitigada de África optimista com as novas ou renovadas alianças ao capital chinês.  – o que faz renascer novas esperanças para alguns e oportunidades de enriquecimento para outros.  Verdades abandantes sobre o cruzamento de interesses  chinês com as elites políticas e económicas africanas, num pacto em que saí triunfante o Exim Bank of China, - nova versão do FMI chinês.
O livro encerra com uma mensagem herdeira do afro-pessimismo, em contraponto ao afro-optimismo contagiante.  Ideias esteriotipadas e metaforas vivas são abandantes na obra. Uma influência directa da literatura de viagem em  obras como “ No coração das Trevas”, de Josheph Conrad e outros nomes ao serviço do colonialismo do século passado.
Como faz notar o cientista africano Carlos Lopes (2009), não pode ser subestimado o impacto da china (na) transformação real, mas sobretudo psicologica. Pela primeira ves, a África sente-se digna, capaz de escolher e com um optimismo contagiante.  Ao contrário do que se propaga, os chineses não vêem apenas buscar materias-primas. Eles são já o primeiro investidor em infra-estrutura, entraram com liquidez extasiante no Mercado financeiro doméstico da África do Sul e Nigéria, para financiar projectos locais. Eles buscam também um intercâmbio tecnológico crescente com o continente.  A “febre da china” (2009) têm influenciado o debate dos cientistas africanos nas mais diversas áreas.    Portanto, o capitalismo chinês também tem às suas vítimas.

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