domingo, 15 de novembro de 2009

Um milagre chamado CAN 2010

Era uma vez, um país chamado Angola cuja missão a 10 de Janeiro de 2010 seria organizar a fase final do campeonato de footebol africano. Do outro lado o seu vizinho mais ao extremo sul organizaria no mesmo ano o campeonato mundial da mesma modalidade, o venerado footebol.

Com à organização do CAN 2010 neste país chamado Angola, os problemas tinham desaparecidos. Construiu-se hospitais, centros de formação hoteleira, quatro novos campos de footebol, com realce para o com maior dimensão situado em Luanda e em três outras cidades. Estradas, pontes de ligação entre cidades, Hoteis de luxo, cujos preços variavam dos 200 por dias aos 600 dólares americanos. Os governantes deste país, cada vez que surgissem na imprensa pareciam todos esperançados com os milagres do CAN 2010.
A população foi toda envolvida viva e a cores nos milagres do CAN 2010. A passagem da taça do campeonato mundial de footebol organizado pelo vizinho do extremo sul passou por Luanda capital e movimentou uma grande turma de políticos do mais alto nível.
O CAN 2010 fez desaparecer os engarrafamentos nas estradas de Luanda, os buracos desapareceram e surgiram novas linhas de transporte público, até em zonos onde outrora não existia. Esta cidade parecia uma outra, comparando com os seus problemas de saneamento básico a que o CAN 2010, felizmente, para os cidadinos fez desaparecer. Já não se colocava o problema de infra-estruturas, porque CAN 2010 fez surgir novos edíficios no centro da velha cidade de Luanda, à exemplo da torre da Sonangol, onde outrora o estacionamento era um greve problema. No Luanda sul não paravam de subir luxuosos e gigantescos edifícios. No Huambo e Bíe, províncias do planalto central, um novo largo 1º de Maio acabava de ser construído e novas infra-estruturas faziam desaparecer as ruinas da guerra dos longos anos.
O CAN2010 desafiou os engenheiros que trabalhavam no projecto Capanda para o fornecimento de energia eléctrica, afim de acabar com os cortes sistemáticos nos musseques do Cazenga, Rangel, Samba, Kilamba Kiaxi e outros da grande Luanda. Enfim, os “gatos” finalmente acabaram. Já se dormia ao som do semba com o “AC” ligado, para aflição dos mosquitos da noite luandense.
Do Musseque ao centro das cidades de Luanda, Benguela, Huila e Cabinda, o que mais se ouvia eram os ecos da organização por Angola do CAN 2010. O campeonato parece que nos veio salvar de todas as makas domésticas. Ao CAN 2010, só a festa da dipanda conseguiu competir por uns dias e fez esquecer os seus milagres. Uma atenção em 100% ao CAN2010.
Era uma vez o CAN 2010.
Continuação.







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